"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Axé na Madison Square Garden, NY

Foto usada no artigo do The New York Times
Sábado, dia 4 de setembro, Ivete Sangalo quebrou as barreiras do mundo da música e dominou a Madison Square Garden, na luxuosa cidade de Nova Iorque. Os 15 mil ingressos foram rapidamente esgotados, sendo 5 mil vendidos aqui no Brasil. Com a arena lotada, Ivete se emocionou e declarou ser pra sempre "uma cantora de massa". O show foi, segundo a imprensa brasileira, um grande sucesso e contou com a participação de grandes nomes da música brasileira como Seu Jorge, e a fofíssima da cantora luso-canadiana Nelly Furtado, entre outras atrações nacionais e internacionais. O espetáculo contou também com a presença de convidados especiais como o casal Angélica e Luciano Huck, Ana Maria Braga, entre outros, que não hesitaram em aceitar o convite da baiana, para passar o feriado de 7 de setembro em solo americano.  

O evento, certamente, foi de grande valia para os brasileiros que a muito estão longe de casa e que estavam em crise de abstinência por uma micareta. Aliás, foi assim que Jon Pareles, crítico de música popular na seção de artes do jornal The New York Times, se referiu ao evento. O jornalista ainda frisou que foram os brasileiros os responsáveis pela compra dos ingressos e que não será fácil para a Ms. Sangalo expandir seu território e se unir a outros artistas como Beyoncé, Madonna e Shakira e então se consagrar como uma cantora pop globalmente reconhecida. De acordo com Pareles, canções em Português juntamente com o rítimo do axé baiano  são inevitavelmente uma barreira. Para ele, o estilo dificilmente conquistaria uma audiência internacional uma vez que poucos conseguiriam acompanhar e se adaptariam a fugacidade de suas batidas.

A baiana mais querida do carnaval brasileiro, bem que tentou, mas terá que trabalhar ainda mais arduamente, e quem sabe seguindo o exemplo de Shakira, que não pensou duas vezes em se matricular em um curso de Inglês, ela ganhe o direito de fazer e acontecer mundo a fora. A reação da imprensa americana não é de todo uma grande surpresa. Todos sabemos que quando se trata da inserção de novas culturas, a terra das oportunidades é , na verdade retraída, eu diria que um pouco tímida diante do novo e do desconhecido. Eu preciso confessar que a MPB jamais poderia ser representada por Ivete e que fique claro, que não tenho a intenção de ofender. Temos artistas muito mais competentes, donos de um talento extraordinário e nato que deixaria gringo de cabelo em pé.

Dessa forma, é com consciência limpa e com certa convicção que digo que o show repesenta muito mais uma realização pessoal e significativa para a carreira de Ivete Sangalo do que para o mundo da música brasileira. Houve uma certa ingenuidade ao se pensar que um espetáculo estrondoso (não mais do que um baita de um espetáculo) no centro americano daria a cantora a qualidade de pop star. Aqui entre nós, está pra nascer o dia em que Axé e música Pop internacional terão uma relação harmoniosa.

2 comentários:

  1. Bem, eu ficaria infinitamente mais feliz se a mensagem de "isso é música brasileira" fosse passada por um show inteirinho do 'Seu Jorge' em que a 'Ivete' poderia até cantar uma música ... mas enfim, refletiu bem a inversão de valores que vivemos por aqui rs (lol)

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  2. Concordo com vcs meninas e concordo tb com o New York Times. Fico feliz pela Ivete e acho que a música baiana foi bem representada por lá. No entanto, é mais do que óbvio que a Ivete precisa se adaptar, ninguém fica internacionalmente famoso cantando em outra língua que não seja Inglês!

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