"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
(Albert Einstein)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os fins justificam os meios. Será?


Tudo que é bom dura pouco, mas muito pouco. Ontem eu assisti o ultimo episódio de "Ugly Betty" e pra minha surpresa, me senti como se algo muito importante tivesse sido tirado de mim a força, como quando se tira doce da mão de uma criança. De certa forma, eu me concedi o direito de ficar triste e magoada mesmo porque eu realmente gostava daquele seriado que era uma forma de escapismo da vida real. É claro que também fiquei feliz pois finalmente a Betty feia ficou bonita, conseguiu o trabalho de seus sonhos e todos foram felizes para sempre. Afinal, não é isso que sempre desejamos? Que a mocinha realize todos os seus sonhos, que o vilão sofra uma morte penosa, lenta ou que se arrependa e se redima de seus malfeitos? Toda história precisa de um final, seja ele feliz ou lastimoso.
O mais impressionante é que de uma forma ou de outra, tudo que é bom ou ruim dura tempo suficiente pra deixar uma marca. E essa marca passa a ter algum significado maior que, no fim, resulta dor ou pelo menos inquietude. A 'dor quase mortal' do fim do primeiro amor, quem disse que você queria terminar? A 'estranheza' de uma mudança imprevista e inopinada, quem disse que você queria mudar?A verdade é que todos adoramos um drama, é caracteristica peculiar do ser humano e não importa o quanto negamos. somos todos atraídos como se tivéssemos um imã agregado ao nosso corpo e então envolvidos em dramas de tudo quanto é forma e cor, seja ele meu, seu, do vizinho, real, imaginário ou fictício. Sendo assim, acabamos de encontrar porque programas que promoveram apresentadores, ou melhor conselheiros pessoais e ainda psicólogos que se dizem qualificados como a brasileira Márcia Goldschmidt, o inglês Jerry Springer e o americano Dr. Phill respectivamente, fazem tanto sucesso. Mas essa é uma outra história!
Não muito abaixo da linha de programas focados em dramas pessoais, como os de casos da vida real de pessoas reais (ou contratadas) encontram-se os seriados americanos, as novelas mexicanas - pra quem não se lembra de nenhuma, vou citar como exemplo "A Usurpadora", a qual a atriz principal Gabriela Spanic sofreu recentemente uma tentativa de homicídio. Só em drama mexicano? (risos) -, e as novelas brasileiras de grande sucesso nacional e internacional com direito a Emmy Internacional e tudo. Todos focados em retratar o mundo real. A indústria dos seriados americana domina canais de televisão de todo o mundo, sem exceção (ou talvez o Iraque seja uma!) e não posso dizer que são produções ruins, muito pelo contrário, o trabalho é serio e englobam bons roteiros. Agora, o que é mais engraçado e eu diria de certa forma perigoso, é a mensagem que cada um desses meios de entretenimento crava com uma profundidade considerável na cabeça dos telespectadores.
 Foi Albert Einstein quem disse que "tudo na natureza é relativo" e talvez a forma como certas mensagens são interpretadas seja também relativa, pois depende de quem as recebe e de como esses indivíduos vivem. Como exemplo disso, vamos imaginar como uma mulher brasileira que ganha um salário mínimo, que mal conseguiu terminar os estudos e que vive cercada por um bando de políticos salafrários vai reagir ou até mesmo compreender o famoso seriado "Sex and the City" (essa não é uma critica ao seriado, mesmo porque sou grande fa) que retrata um padrão de vida altíssimo, e mulheres extremamente bem-sucedidas que vivem felizes senão por decepções amorosas - este inevitável independente de cor, raça ou classe social. É quase óbvio que essa pobre mulher vai entender que o país do Tio Sam têm muito mais para lhe oferecer e, como juntar dinheiro para ir aos "States" lhe custaria uma vida, e ela que não é mulher gato, só vive uma vez, vai acreditar nas promessas do pastor da igreja e dar metade do seu mísero salário em troca de uma vida igual ao da Carrie Bradshaw ou, é claro, se ela assistiu a novela 'América' e for tão esperta e corajosa como a Sol, ela irá acreditar na promessa dos 'Coyotes' e atravessará a fronteira à la México.

Muito interessante é a justificativa por trás das grandes novelas. Todas elas afirmam contribuir com a sociedade ao retratar fatos polêmicos e portanto tornar inteligível assuntos que atormentam os telespectadores. Sobre esse assunto eu recomendo a leitura da coluna opinião do Yahoo! "Telespectador de novela: abra os olhos!" por Ale Rocha, que é jornalista e critico de televisão. Dizem por aí que os fins justificam os meios. Será?

Até mais,